Por Sara R. Leal*
O monitoramento geográfico é uma das principais ferramentas tecnológicas para dar escala às soluções baseadas na natureza. Júlia Shimbo, pesquisadora do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e Coordenadora Científica do MapBiomas, apresentou nesta sexta-feira (8), no espaço Woodwell da COP28, em Dubai, dados da plataforma Mapbiomas, rede da qual o IPAM faz parte, durante o painel “Inovação em soluções baseadas na natureza: liberando a escala para ação climática”, moderado por Ludmila Rattis, pesquisador do IPAM e Woodwell.
O monitoramento com imagens de satélite permite conhecer quais mudanças ocorrem na paisagem, onde e como elas acontecem. “Assim, é possível identificar quais áreas precisam de restauração e monitorar o impacto de soluções baseadas na natureza e seus benefícios para influencias em tomadas de decisão, polícias públicas, envolvendo vários setores da sociedade”, afirma Shimbo.
Thiago Picolo, CEO da re.green, empresa que trabalha na restauração de florestas tropicais para a geração e comercialização de créditos de carbono, afirma que a ciência deve ser o pilar de qualquer restauração de alta qualidade. “Usamos as informações do Mapbiomas, por exemplo, para identificar e selecionar as áreas onde a restauração irá gerar mais benefícios para o clima, para a biodiversidade e para comunidades no entorno”, explica.
Povos indígenas também utilizam de tecnologias para monitorar e defender seus territórios. Tapi Yawalapti, membro do Instituto Aritana, vive na floresta do Xingu (MT), primeiro território indígena a ser demarcado no Brasil, disse que seu povo utiliza drones e aplicatitvos de monitoramento por satélite para identificar degradações, queimadas, mudanças no volume dos rios e possíveis invasores na área. “Nosso território é uma ilha verde rodeada por desmatamento. A nossa luta por proteger a floresta não é só por nós, mas porque estamos dentro de um lugar que funciona como ar-condicionado do país, regula o clima, e é a força da natureza que irriga a agropecuária”, reforçou.
Também participaram do painel os membros do Woodwell Climate Research Center: o economista ambiental Glenn Bush e o cientista sênior Michael Coe, do Woodwell Climate Research Center.
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*Coordenadora de comunicação do IPAM