Por Lucas Guaraldo*
Representantes do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) participaram de roda de conversa do Centro de Ensino Fundamental Caseb, escola pública de Brasília. O evento serviu como oportunidade para debater com o público jovem temas como conservação de florestas e desenvolvimento sustentável.
A roda de conversa foi organizada pelos professores Igor Rocha e Gabriela Azevedo e marcou a abertura da Semana da Biodiversidade no colégio, além de comemorar o Dia da Amazônia e o Dia Internacional da Mulher Indígena. Ao longo da cerimônia, os pesquisadores debateram sobre a importância do bioma Amazônico para o Brasil e para o mundo e sobre a degradação de recursos naturais pela ação humana.
Para a pesquisadora do IPAM Erika Pinto, aproximar-se do público mais jovem é fundamental para enriquecer o debate ambiental e incluir na luta contra as mudanças climáticas aqueles que herdarão os maiores desafios.
“Os jovens precisam ser envolvidos na pauta ambiental. Eles devem ser reconectados com o meio ambiente, seja por vivências, debates ou processos de sensibilização, uma vez que são os herdeiros de um futuro repleto de desafios, sendo o maior deles a crise climática. É urgente que entendam as oportunidades de engajamento para darem sua contribuição e protagonizarem um processo profundo de mudança na sociedade”, alertou a pesquisadora.
Conservação na sala de aula
Para a professora Gabriela Azevedo, organizadora do evento, a apresentação do IPAM para os estudantes serviu tanto para mostrar dados atualizados sobre o bioma amazônico, quanto para dar luz ao caminho a ser percorrido pela conservação.
“As contribuições da pesquisadora Erika Pinto e da estudante de geografia Nayra Kaxuyana foram complementares com informações técnicas sobre o bioma, as riquezas, as ameaças, as contradições e os riscos que o envolvem, além de possíveis caminhos para a participação das pessoas para a sustentabilidade”, ressaltou Azevedo.
Ao longo do debate, as participantes trataram de assuntos como biodiversidade, recursos hídricos, mudanças climáticas, rios voadores, papel dos povos que vivem na floresta e produção rural familiar na conservação, as ameaças à Amazônia e curiosidades sobre a região.
A professora também destacou a importância da participação da estudante de geografia e estagiária do IPAM Nayra Paye, jovem indígena do povo Kaxuyana da terra indígena Parque do Tumucumaque, no Pará, que preside a Associação dos Acadêmicos Indígenas da UnB (Universidade de Brasília).
Segundo Azevedo, a estudante despertou o interesse dos estudantes pelo modo de vida, tradições, território, língua e histórias do povo Kaxuyana. “Nayra nos trouxe a potência do encontro entre jovens, a valiosa contribuição do seu lugar de fala e representatividade. Agradecemos a parceria e contribuição do IPAM nessa jornada.”
Estagiário sob supervisão de Natália Moura*