Em relação à nota divulgada hoje sobre o trabalho do Serviço Nacional de Meteorologia ligado às queimadas do Brasil, o IPAM ressalta o trabalho de excelência que o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) vem desenvolvendo em suas atividades, em especial nos temas de monitoramento do desmatamento e, desde 1985, de focos de calor, queimadas e incêndios de vegetação no território brasileiro. Seu rigor científico faz do INPE uma referência nacional e internacional.
O trabalho que o Serviço Nacional de Meteorologia anuncia, como boletins semanais e uma plataforma de predição de risco de fogo, já é executado pelo INPE e deve se somar, e não substituir, o monitoramento contínuo feito pelo instituto. A divulgação diária dos dados que hoje existe, disponibilizados para toda a sociedade no portal do programa de queimadas, precisa permanecer.
A transparência, assim como a série histórica de monitoramento do INPE, é diferencial brasileiro, o que nos coloca à frente de outras nações ao ter em mãos subsídios para o enfrentamento que as alterações no uso do solo provocam. Em um mundo que enfrenta o agravamento das mudanças climáticas, ter a possibilidade de olhar para trás permite identificar com mais clareza os desafios que temos à frente.
Por esses motivos, esperamos que o INPE seja fortalecido por esse novo arranjo institucional. O Brasil precisa focar em soluções para o problema, reduzindo cada vez mais o uso da queimada e substituindo por tecnologia e assistência técnica de qualidade; tem de combater o desmatamento e a queima que se segue; e proteger suas florestas dos incêndios florestais. Voltar a ser protagonista no tema das proteções das florestas tropicais colocará o Brasil em uma posição de equivalência com as grandes potências econômicas na construção de soluções para a crise climática global.