Hoje o Brasil perdeu, aos 85 anos, Ângelo Machado, médico, professor, cientista, ambientalista, entomologista e escritor, uma das figuras mais queridas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e dos muitos círculos por onde caminhava com desenvoltura.
Ele deixou marcas importantes na neurociência, assim como no estudo de libélulas: descreveu nada menos do que 98 espécies. No campo da conservação, foi uma voz ativa sobre a preservação da biodiversidade. Foi membro da Academia Brasileira de Ciências e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.
Ângelo Machado foi um grande divulgador científico. Escreveu diversos livros infantojuvenis, colocando insetos frequentemente como personagens principais. Em 1993, ganhou o prêmio Jabuti de literatura com “O velho da montanha, uma aventura amazônica”.
“Hoje perdemos um brasileiro especial, que foi médico, biólogo, escritor, mas acima de tudo um grande ambientalista, que inspirou toda uma geração a trabalhar pela natureza”, diz o diretor-executivo do IPAM, André Guimarães. “Ele era um dos últimos personagens que conseguia conciliar as diversas áreas do conhecimento por onde caminhou, e produzir, com um humor refinado e objetividade idem, sua mensagem de harmonia entre humanos e a natureza. Adeus, querido amigo. Ficam as saudades e junto a ela seu legado.”