Karina Custódio*
Com o intuito de propor novas abordagens às ameaças ambientais na Amazônia, a sexta edição do PROTEJA Talks tem a temática “Proteja o futuro: desafios e soluções para a redução de crimes ambientais”. O evento ocorrerá no dia 25 de novembro, no Bosque da Ciência, em Manaus (AM), e contará com transmissão online. Para assistir é necessário se inscrever. A inscrição é gratuita e garante emissão de certificado.
As discussões do evento serão usadas para produzir um Policy Brief que oferecerá novas ferramentas para tomadores de decisão e integrantes do Ministério Público Federal, com o objetivo de apoiar a demarcação e defesa de territórios de comunidades tradicionais e indígenas, contribuindo para sua proteção e conservação do meio ambiente.
Com uma programação diversificada, o evento combina falas inspiradoras, debates e apresentações culturais. Entre os palestrantes estão grandes lideranças do movimento indígena como André Baniwa, pesquisadores renomados como Ane Alencar e Kassia Karajá, além de representantes do sistema de justiça como Vinícius Lameira e Daniela Madeira.
“Em meio à crise climática global, a Amazônia representa uma das maiores esperanças para a resiliência do planeta. Para garantir uma estratégia eficaz de resiliência global, é essencial enfrentar os múltiplos crimes que atingem a Amazônia, que violam direitos humanos e territoriais. No Proteja Talks deste ano reuniremos as vozes de comunidades tradicionais e indígenas, dados científicos e o poder público para avançar na proteção dos territórios, na autonomia dos povos e na resiliência climática global”, adianta Patrícia Pinho, diretora adjunta de Ciência do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e uma das palestrantes do evento.
Além das falas inspiradoras sobre resistências a crimes ambientais, o evento terá dois painéis principais: “Territórios Protegidos: Crimes Ambientais, Danos e Resiliência Climática” e “Destinação de Florestas Públicas e Monitoramento Territorial”. Nesses debates os palestrantes compartilharão dados e informações atualizadas sobre florestas públicas, desmatamento e reparação judicial de danos ambientais.
A abertura do evento contará com a apresentação da AMARN (Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro) que performará danças culturais originárias. Os participantes do evento também poderão comprar artesanatos indígenas na feira que ocorrerá no horário de almoço.
A exposição fotográfica “Eu e meu território” também integra o evento. Nela estão reunidas produções fotográficas feitas por 25 jovens indígenas e extrativistas que vivem em terras indígenas e unidades de conservação do Sul do Amazonas e participaram da segunda edição do PROTEJA Educa.
PROTEJA Talks
Criado para compartilhar experiências de sucesso na conservação de áreas protegidas, o PROTEJA Talks é uma ação do PROTEJA, uma iniciativa coordenada pelo IPAM que possui mais de 16 parceiros, que trabalham em conjunto na disseminação de informação sobre áreas protegidas. Com um formato inovador, o PROTEJA Talks congrega vários setores da sociedade de modo a inspirar discussões e mudanças em políticas públicas ambientais na Amazônia.
O evento já foi realizado em Belém (em 2023), Manaus (em 2022) e Brasília (em 2019), reunindo 68 palestrantes de diversas partes da Amazônia, incluindo grandes lideranças da agenda ambiental, como Samela Sataré-Mawé, Rosa Lemos de Sá e Cristiane Baré.
Parceiros
A sexta edição do PROTEJA Talks é feita em aliança com a USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) e WCS (Wildlife Conservation Society) no âmbito do projeto Conservando Juntos. Entre os parceiros estão: INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), ABRAMPA (Associação Brasileira de Membros do Ministério Público do Meio Ambiente), COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), CNS (Conselho Nacional de Populações extrativistas), IMAZON (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia). Além disso, o projeto “Amazon Puzzle” do IPAM, financiado pela Norad (Agência Norueguesa para Cooperação ao Desenvolvimento) e a Fundação Charles Stewart Mott, oferecem suporte a essa atividade.
Estas ações foram realizadas em aliança com a USAID e WCS no âmbito do projeto Conservando Juntos, cujo objetivo é fortalecer as capacidades dos atores da sociedade civil para liderar os esforços de conservação da biodiversidade e prevenção de crimes ambientais na Amazônia.
Essa matéria e evento são possíveis graças ao generoso apoio do povo dos Estados Unidos por meio da Agência de Desenvolvimento Internacional (USAID). Os conteúdos são de responsabilidade do IPAM e não refletem necessariamente as opiniões da USAID, do Governo dos Estados Unidos, ou da WCS.
Programação
8:00 – Credenciamento e café de boas vindas
9:30 às 10:30 – Abertura
DANÇA CULTURAL – NÍ SARÍ (AMARN)
Carolina Guyot
André Guimarães
Henrique dos Santos Pereira
Vanessa Apurinã
Rafael Rocha
10:30 às 11:00 – Talks
Pí Surui
Kassia Borges Karajá
Filippo Stampanoni
Carlos Augusto da Silva
11:00 às 12:00 – Painel 1 – Territórios Protegidos: Crimes Ambientais, Danos e Resiliência Climática
Patrícia Pinho
Andre Baniwa
Daniela Madeira
Vinicius Lameira
Júlio Barbosa
12:00 às 13:00 – Almoço
Exposição Fotográfica “Eu e meu Território”
Angleice Dias
Feira de artesanato Indígena
13:00 às 16:00 – Painel 2 – Crimes ambientais:Destinação de Florestas Públicas e Monitoramento Territorial
Ane Alencar
Vanessa Apurinã
Rafael Rocha
Antonio Freire de Carvalho
16:30 às 18:00 – Lançamento do documentário “Manaus Extrema”
Sinopse:
O documentário “Manaus Extrema” é uma produção do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) que retrata os eventos climáticos extremos de seca e fogo na cidade de Manaus, Amazonas, em 2023. O documentário apresenta as experiências e os impactos vividos na região por pessoas indígenas, ribeirinhas, comerciantes e pela população em geral. Ao registrar a seca do Rio Negro, áreas queimadas e a fumaça que tomou o ar da capital, oferece pontos de vista de um momento histórico na emergência do clima global. Como resposta, cientistas e especialistas são convidados a explicar os fatores que levaram à escalada dos riscos climáticos, as principais características do momento em que vivemos, e propõem soluções para um futuro em equilíbrio com a natureza.