A conversão de floresta para outros usos, associada à exploração ilegal de madeira, resultaram em 7.989 km² de área desmatada na Amazônia. Esse número, que compreende somente o período de janeiro a novembro de 2016, é maior do que o que contempla todo o ano de 2015, que registou 6.207 km2 de área desmatada. Esse aumento, de quase 29% no desmatamento anual, requer a revisão das estratégias adotadas e a adoção de novas ações e políticas públicas para reverter essa tendência.
É nesse preocupante contexto que surge a Aliança pela Restauração na Amazônia – um pacto pela conservação na Amazônia Brasileira, lançada hoje, em Belém. A proposta é unir esforços para proteger a maior floresta tropical do mundo.
A missão da iniciativa é estabelecer uma plataforma de cooperação entre ONGs, empresas, academia, governo e sociedade civil e somar forças para ampliar a restauração florestal na Amazônia Brasileira.
Entre os membros fundadores estão: Conservação Internacional (CI-Brasil), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), Instituto Socioambiental (ISA), World Resources Institute (WRI), Embrapa, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON), Amazônia Live/Rock in Rio, AMATA e Grupo AFB – Agropecuária Fazenda Brasil. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) é parceiro da iniciativa.
Vale destacar, nessa relação, empresas de setores produtivos estratégicos como é o caso da AMATA e do Grupo Agropecuária Fazenda Brasil, que trabalham com madeira certificada e produção de gado de corte, respectivamente. Elas integram a conservação do bioma em suas atividades, compreendendo a importância da sustentabilidade para seus negócios.
Rodrigo Medeiros, vice-presidente da CI Brasil, ressalta que “o compromisso assumido pelo Brasil no Acordo de Paris, de restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares em todo o país, ilustra o tamanho do desafio que teremos pela frente. Nessa escala, somente uma articulação ampla de vários setores da sociedade brasileira, incluindo o setor privado, é capaz de criar um ambiente concretamente capaz de promover essa transformação”.
Rodrigo afirma também que “continuar os esforços de redução do desmatamento na Amazônia aliados a uma estratégia de restauração de áreas críticas que estão degradadas é essencial se quisermos continuar provendo recursos básicos para as pessoas como água, comida e bem-estar.”
Atuação
A Aliança pela Restauração na Amazônia busca:
· Conciliar interesses e integrar ações em prol da ampliação da escala e da eficiência da restauração florestal.
· Gerar, sistematizar e difundir conhecimentos e informações sobre restauração florestal, silvicultura tropical e sistemas agroflorestais.
· Apoiar a captação pelos membros para viabilizar ações e projetos de restauração florestal.
· Impulsionar a economia da restauração florestal, estimulando todos os elos da cadeia produtiva, gerando oportunidades de negócios, trabalho e renda.
· Contribuir para formulação e implementação de políticas públicas que favoreçam a restauração florestal.
· Disponibilizar protocolos e ferramentas que permitam a integração de dados para o monitoramento das ações de restauração e avaliação da dinâmica florestal.
· Desenvolver ações de conscientização e sensibilização da sociedade civil acerca da necessidade de conservação/restauração da Amazônia.
Como funciona?
· Adesão voluntária mediante assinatura do termo.
· Governança descentralizada, transparente e inclusiva.
· Representatividade nos quatro segmentos (governo, empresas, sociedade civil organizada e academia).
· Colaboração e cooperação entre os membros.
· Articulação e integração de ativos, experiências e saberes.
· Respeito aos conhecimentos tradicionais.
· Comunicação dinâmica e transparente.
· Respeito às particularidades produtivas e ecológicas dos variados ambientes e regiões amazônicas.
Saiba mais em http://www.conservation.org/global/brasil/Pages/alianca-restauracao-amazonia.aspx